Ridículo! O olhar crítico do outro.

No filme Harry Potter, Ron apontou sua varinha mágica e exclamou: - Riddikulus! - Imediatamente o que ele mais temia (aranha), ganhou patins e começou a escorregar no chão da sala de aula. Tornou-se algo “ridículo” e todos da turma gargalharam.

A magia consistia em transformar algo passível de temor, pela força da ridicularização. Não é à toa que rimos com o escracho em situações/cenas sérias ou testemunhamos risos em locais descabidos. O riso deixa leve, o riso tira o peso de uma história.

Mas fica uma pergunta: E quando o riso é utilizado para tirar a potência e fragilizar?

Algo assustador pode tornar-se frágil ao ser olhado pela via da ridicularização, mas também algo grande e potente. Quantas vezes deixamos de fazer algo por medo de sermos ridicularizados?

Muitas ideias, projetos/projectos e personalidades se perdem por medo desta simples (nada simples), palavra: “Ridículo”.

Serei criticado?

Será que serei motivo de riso ou de menos-valia?

Será que irão falar de mim?

Caminhos novos, escolhas novas, uma escola/universidade nova, um emprego novo, relacionamento novo e etc, serão sempre locais de “risco” por serem desconhecidos, e arriscar-se pode ser assustador.

O medo do olhar e do julgamento implacáveis do outro pode limitar, angustiar e reprimir muitos de nossos desejos e vontades, sufocando quem somos e queremos ser de verdade. Para ser quem queremos ser requer coragem e a certeza de que estamos sendo fiéis ao nosso próprio eu.

O que fazer?

* O primeiro passo é reconhecer que há uma vontade, há um querer que está sendo abafado pelo medo da rejeição. Rejeição de pessoas que nem ao menos podem fazer parte de um círculo de amigos próximos.

* O segundo passo é conhecer-se. Saber quem se é, seu ponto de força e de fragilidade, é uma ferramenta poderosa.

* Terceiro: Procure por histórias semelhantes as suas, de pessoas que enfrentaram e venceram críticas. Elas podem ser um ponto de inspiração e motivação pra ti.

Conheça-se. Fortaleça-se. Faça psicoterapia.